Da Matéria a Realidade
Ter esperança, baseada no que é visível, é ter uma fé deficiente; mas quando começamos a acreditar no invisível, vivendo Hb 11:1, então as coisas começam a acontecer. Foi isso que aconteceu com Abraão; enquanto estava debaixo das crenças tradicionais de sua família, era apenas mais um, mas quando passou a crer no Deus verdadeiro e invisível, recebeu lindas promessas, e o cumprimento delas. Para melhor compreender está questão, vamos ilustrar um pouco a vida de Abraão, isso olhando para contextos históricos e mentes eruditas da palavra de Deus.
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Abrão era filho de Tera, e tinha dois irmãos, mais novos do que ele, a saber: Naor e Harã. Sua família vivia em Ur, cidade grande e cosmopolita. Ali, o ritmo era frenético, isso por ser de grande comércio. Quando Abrão nasceu, sua família já era pagã. A principal deidade adorada em Ur era o deus Sim, o deus lua, e é bem provável que a família de Abrão, servia a esse deus, pois o nome do pai de Abrão, Tera, na forma hebraica, yareah, significa “lua”. Como se já não bastasse isso, conta-se que Tera, era mestre em fabricação de imagens de esculturas. Agora, vamos ilustrar um pouco essa história, e imaginar o menino Abrão correndo pelo seu quintal, e ao entrar pela sala, da de frente com todo o tipo de estátua e escultura, deuses de diversos tamanhos, formas e cores; quem sabe, Tera tinha um quartinho no fundo de sua casa, e lá, uma oficina de deuses, e Abrão vê então, a matéria prima ainda informe, é apenas um montante de barro, que se transformará em um deus, e depois será vendido, e venerado pelo seu comprador.
O menino, Abrão começa a crescer, e tendo já dois irmãos, começa a se tornar um homem, e a constituir uma família, porém sua mulher, Sarai, é acometida por uma infelicidade, ela descobre ser estéril, não pode gerar filhos. Imagine a tristeza desse casal, imagine a tristeza de Abrão, com uma casa cheia de deuses, e nenhum poderia lhe ajudar, nenhum deles poderiam fazer um milagre. Imagine, ele vendo seus irmãos constituindo família, seus filhos correndo para o colo do avô, e Abrão ter que sorrir amarelo, não por inveja, mas por tristeza, não podia ter filhos. Podemos imaginar que aqui, começou a desestruturar a crença de Abrão, nos deuses de sua casa, Pois na Babilônia, existia uma deusa conhecida como Ishtar, a deusa da fertilidade, porém nem mesmo ela, podia fazer algo.
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Mas quem sabe Abrão, continuou com alguns rastros de crença nestes deuses, pois sua família nasceu crendo assim. Os dias foram se passando, os negócios do pai, provavelmente ia de vento e polpa, mas a luta bateu na porta de sua casa novamente, e então, o irmão mais novo de Abraão, veio a falecer. A bíblia não fala de que tipo de morte ele faleceu, bem pode ser que foi por causa de alguma doença. E então vem a agonia. Imagine o pai de Abrão, com todos aqueles deuses em sua casa, chorando pela morte de seu filho. Seu pai havia perdido seu filho, mas jovem, e bem sabemos que é normal um pai se voltar mais ao filho mais novo; como no caso de Jacó e José. E então, vem a seguinte pergunta: A onde estão os deuses que adoramos? Onde estão os deuses que fabricamos? Onde estão que não viram isso, não curaram quem eu tanto amava? Na Babilônia existia uma deusa chamada Gula, e era a grande mãe doadora e destruidora da vida; também era chamada de grande curadora, pois tinha tanto o poder de curar doenças quanto de lança-las. Mas somente o silêncio foi à resposta para as lágrimas de pranto.
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Claudio Martins
Da Matéria a Realidade
Reviewed by Claudio Martins
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outubro 08, 2014
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